terça-feira, 31 de março de 2009

Discos Rígidos

Introdução Será que os discos rígidos são todos iguais? Será que a única diferença entre eles é a capacidade de armazenamento (medida atualmente na ordem de gigabytes)? Há marcas melhores e piores? Como podemos saber se um disco rígido é bom ou não?

Foi para responder estas e muitas outras perguntas que decidimos fazer um teste completo com diversos discos rígidos existentes hoje no mercado. Levamos para o nosso Laboratório no Instituto de Tecnologia ORT mais de 10 modelos das marcas mais vendidas (Quantum, Western Digital e Maxtor) e chegamos a resultados interessantíssimos para todos nós - como a conclusão, por exemplo, que dependendo do modelo de disco rígido que você possuir, o seu sistema operacional pode ser mais rápido.

Fora a capacidade de armazenamento, a grande diferença entre os diversos modelos de discos rígidos existentes é a velocidade. Há discos rígidos mais rápidos que outros e é justamente isto que nosso teste prova.

É bom notar que ter um disco rígido rápido não torna o micro "mais rápido"; a velocidade de processamento do computador (como cálculos e desenhos na tela, por exemplo) continua a mesma. A diferença é que arquivos e programas poderão ser lidos do disco rígido (ou seja, abertos) mais rapidamente - ou seja, em menos tempo.

Além disto o sistema operacional utiliza o disco rígido constantemente para um recurso chamado memória virtual, que consiste em criar um arquivo de troca no disco rígido para quando "acaba" a memória RAM disponível. Como isto ocorre o tempo todo, esse arquivo é acessado constantemente. Tendo-se um disco rígido veloz, a velocidade do sistema operacional é aumentada.

Você também pode testar o seu disco rígido!
É claro que não dava para testar todas as marcas disponíveis a venda no Brasil, por isto escolhemos as três marcas mais vendidas no mundo: Western Digital, Quantum e Maxtor. Desta forma, você sentirá falta de outras marcas, como Seagate, Samsung, NEC e Fujitsu.

Em nossos testes utilizamos um programa específico para teste de discos rígidos, chamado CheckHD (baixe o Check HD através da nossa área de Download). Este programa além de testar o disco rígido de todas as formas possíveis e imaginárias, ainda nos apresenta um relatório completo sobre as características do disco rígido.

Se você quiser fazer o teste em casa e comparar com nossos resultados, você deverá executar o programa dando um boot limpo em seu micro, pois caso contrário os resultados poderão ser falsos.

No caso de micros com MS-DOS, pressione a tecla [F5] quando aparecer a mensagem "Iniciando o MS-DOS...". No caso de micros com Windows 95, pressione a tecla [F8] quando aparecer a mensagem "Iniciando o Windows 95...", escolhendo a opção "somente prompt" do menu que aparecerá.

A velocidade do disco rígido A velocidade de um disco rígido pode ser mensurada através de duas características básicas: o tempo de acesso e a taxa de transferência.

O tempo de acesso é o tempo que o sistema mecânico do disco rígido demora para se deslocar de uma trilha a outra. Este tempo está na casa dos milissegundos (ms) (1 ms = 0,001 s). Quanto menor o tempo de acesso de um disco rígido, melhor.

A taxa de transferência mede a velocidade que dados saem do disco rígido para o micro. O programa que utilizamos em nossos testes - o CheckHD - nos apresenta duas taxas de transferência para cada disco rígido: a taxa de transferência máxima, que raramente é atingida (e que é justamente divulgada pelos fabricantes), e a taxa de transferência média, que é a taxa normalmente utilizada pelo disco rígido. Quanto maior a taxa de transferência de um disco rígido, melhor. Como a taxa de transferência média é a que efetivamente é utilizada, devemos dar preferência a um disco rígido com uma taxa de transferência média mais elevada.

Como um disco rígido pode ser mais rápido que outro? Esta pergunta não possui uma só resposta, pois há vários fatores técnicos que fazem aumentar ou diminuir a taxa de transferência e o tempo de acesso.

Para começar, a velocidade de rotação do disco rígido. Discos rígidos mais novos rodam a uma velocidade maior para atingir uma taxa de transferência mais elevada. Os discos rígidos tradicionalmente rodavam a 3.600 RPM (Rotações por Minuto). Atualmente os discos rígidos rodam a 4.800 RPM, 7.200 RPM ou mais.

Em segundo lugar, o tamanho do buffer interno do disco rígido. Este buffer é uma pequena memória existente no próprio disco rígido de modo a agilizar a transferência de dados. Por vezes este buffer é também chamado de cache de disco. Na tabela você poderá acompanhar todos os modelos que testamos e o tamanho de seu buffer interno. Repare que o disco rígido Maxtor de 1.75 GB possui um buffer interno de 256 KB, ao contrário dos demais discos rígidos testados, que possuem um buffer menor. Não à toa, a taxa de transferência média desse disco rígido foi a melhor entre todos os discos rígidos que testamos. Portanto, quanto maior o tamanho desta memória, melhor.

Outro fator que influi é a transferência múltipla de setores. Todo disco rígido pode transferir mais de um setor por vez, característica esta chamada blockmode. Compare a taxa de transferência média dos discos rígidos Quantum Sirocco de 1.7 GB e Quantum Fireball de 1.2 GB. Os dois possuem o tamanho do buffer muito parecido, porém o primeiro faz transferências a 8 setores por vez, enquanto o segundo opera a 16 setores por vez. Com isto, o segundo disco rígido é mais rápido, mesmo tendo uma capacidade de armazenamento inferior. Quanto mais setores por vez o disco rígido transferir, melhor.

A controladora do disco rígido seria o nosso último ponto. Todos os discos rígidos possuem sua controladora embutida em seus circuitos eletrônicos. Desta forma, há como controladoras mais rápidas serem feitas facilmente. Basta comparar os resultados dos dois discos rígidos de 2.1 GB da Western Digital que testamos, que são aparentemente iguais. Apesar de os dois terem o mesmo tamanho de buffer e utilizarem a mesma quantidade de setores em seu blockmode, o modelo AC32100H apresentou uma taxa de transferência bem maior.

Note que a maioria das pessoas chama o plugue onde o disco rígido é conectado ao micro de "controladora", o que está tecnicamente errado, pois a controladora do disco rígido está embutida nele mesmo. A porta onde o disco rígido é conectado ao micro - e que atualmente está embutida na própria placa-mãe - chama-se porta IDE, porta ATA ou interface ATA.

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